30 de julho de 2009

2ª Caravana do Cordel


Para quem gosta de Cordel

De música e de boa amizade
Não poderá jamais perder
Este evento de qualidade
Que sábado vai acontecer
Em bairro de nossa cidade

O endereço vou logo divulgar
Número 1.239 da rua Augusta
Próximo ao metrô Consolação
Nem queira saber quanto custa
Será valor bem menor do que
Show do Funk Como Le Gusta

Pois o que eu digo agora
É que não haverá preço
Para participar do evento
No supracitado endereço
Venha, não te esqueças de
Vir virar cordéis do avesso

[Hellaydo Jean]


Caravana reúne o melhor da poesia popular de São Paulo

“É um mundo de cordel para todo o mundo!”


A Caravana do Cordel, projeto coletivo, construído por poetas populares nordestinos radicados em São Paulo, estreou com o pé direito. No segundo encontro, marcado para o dia 1º de agosto, a Caravana terá uma série de atividades, todas elas voltadas para o fortalecimento e valorização da cultura nordestina.

O evento, desta vez, além da exposição e venda de cordéis, livros e CDs, prestará uma justa homenagem a dois ícones nordestinos: Luiz Gonzaga e Raul Seixas, nos 20 anos de morte completados em agosto.


Na mesma ocasião serão lançados mais três folhetos de cordel: As Aventuras do Menino Jesus, de Benedita Delazzari, Chicó, o Menino das Cem Mentiras, de Pedro Monteiro (Luzeiro) e A Chegada de Michael Jackson no Portão Celestial, de João Gomes de Sá e Klévisson Viana (Tupynanquim).


Presenças confirmadas de Varneci Nascimento, Cleusa Santo, Nando Poeta, Sebastião Marinho, Costa Senna & Grupo Universos, Marco Haurélio, Cacá Lopes, Jocélio Amaro, Toninho de Olinda, Moreira de Acopiara, Evânio Matos, Luiz Wilson, Cícero Pedro de Assis e outros nomes da poesia popular escrita e cantada.

INFORMAÇÕES
LOCAL: ESPAÇO CINECLUBISTA

ENDEREÇO: RUA AUGUSTA, 1.239 - CENTRO – (METRÔ CONSOLAÇÃO)
DATA E HORA: 01/08/2009 (sábado), às 19:00h
ENTRADA: FRANCA

25 de julho de 2009

Por uma espécie humana menos "pocotizada"


Tive o imenso prazer de conhecer pessoalmente Luciano Pires, por ocasião do lançamento do seu livro "Nóis que invertemo as coisa", na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos.


Luciano Pires iniciou, em 2003, verdadeira campanha de "despocotização" do Brasil. Felizmente o seu trabalho tem conseguido significativo alcance, através de seus livros, da Internet e do rádio.

A palestra do Luciano foi montada no formato de seu programa semanal Rádio Café Brasil, que foi muito interessante conferir ao vivo. Até o clássico microfone vermelho estava lá! Os escritores Minás Kuyumjian Neto e André Camargo também estavam presentes e enriqueceram ainda mais o evento, promovendo seus livros, os primeiros a serem lançados sob o selo Café Brasil Editorial, que fazem parte da série Iscas Intelectuais.

Para conhecer mais sobre os trabalhos que Luciano Pires desenvolve, acesse o portal desta contundente e bem-humorada pessoa.

Recentemente senti-me honrado por Luciano ter lido meus comentários no programa Café Brasil, em Fala, sobre tema anterior (Língua Viva).

21 de julho de 2009

São Paulo de todos os cantos e versos


Domingo divertido em Sampa
Visita ao Mercado Municipal
O encontro com bons amigos
É sempre o motivo principal
Comer sanduba de mortadela
E saboroso pastel de bacalhau!

[Hellaydo Jean]


Amei nosso passeio e...
Com o coração cheio
Não deixaria de escrever
Aos meus amigos
Sobre minhas impressões
Que este domingo fez nascer


Nosso especial passeio
Me fez muito aprender
Quero logo e anseio
Por outro roteiro do saber

Como bem disse meu amigo Jean
Nosso passeio foi muito importante
Pois nos fez abrir os olhos
Para esta cidade exuberante
Conhecendo frutas exóticas
Experimentando sabores profundos
Municipal é muito mais que mercado
É um pedaço do mundo!



Visitar a Catedral da Sé
São Bento e Pátio do Colégio
Conhecer a índia Bartira
Catequizada por Anchieta
Foi um raro privilégio!


Estação e Parque da Luz

Na praça boa moda de viola
Quem presta atenção vê
Como os animais vivem
Bem melhor fora da gaiola


Ao final um maravilhoso café
Não tinha açúcar, só alegria
Digo a vocês, meus bons amigos
Agradeço demais pela companhia
Meu domingo foi sinceramente
De extrema e infinita magia!

[Valéria Valvano]


Muito bem, poetisa Val!
Assim mostras que és
Uma escritora especial

Sempre escreva cada vez mais
Tens inspiração até demais
Alegria sempre traz
Aos teus amigos
Leais

No mundo dos versos e rimas
Solte as asas da imaginação
Entre no belo jogo das letras
Não pergunte que horas são
Quando sentir plena vontade
Deixa que fale o teu coração

Tua amizade é um presente
E eu te juro que sem ela
Ficaria até doente

[Hellaydo Jean]


Com tanta rima brotando assim
Eu nem sei o que fazer
Se tentar imitar a poetada
Ou botar tudo a perder

O fato é que esse passeio
Nos faz reconhecer
Que sem amigos nesse mundo
Só o diabo para nos socorrer

Ai meu Deus que conjecturas
Essa vida me leva a ter
Se ficar no bem-bolado
Ou dançar anarriê

[Adoniran e Luzia]


Como todos participaram
Agora me resta escrever
Por que não concordar
Já que tem tudo a ver

São Paulo terra da garoa
Com muitos lugares pra conhecer
De gente bonita e boa
E muita coisa boa pra comer

Que maravilha estes amigos
Que meus dias faz acontecer
Com muita cultura e sabedoria
Juntos muitos passeios a fazer

[Silvio Donizetti]


Silvio my dear friend
You talk about many things
You talked about São Paulo's mist
and places we must go to eat

One thing you forgot to mention
is the ubiquitous flanelinha
That exist only in São Paulo
and perhaps in Brasilinha

[Adoniran Miranda]


Agora chegou minha vez
De este diálogo ampliar
Amigos, permitam-me, assim
Minhas impressões estampar...

Julho haverá de ser pouco
Para toda São Paulo conhecer
Mas seus gestos e rostos brilhantes
Eu nunca haverei de esquecer

São Paulo é um mundo de formas,
Paisagens de encantos mil
Senti-me por vezes tomado...
Quão diverso é o nosso Brasil!

Bom mesmo foi ter construído
À medida de cada passo
Nos rincões de uma selva de pedras
Os amigos que agora abraço.

Recíproca é essa partilha
De amigos a São Paulo celebrar
Espero retribuir cada gesto
Em terras de Belém do Pará

[Edinaldo Gomes dos Santos]


Acompanhando as manifestações de meus (novos) amigos sobre o domingo que passamos juntos em Sampa, senti vontade de também escrever algo.

Mas aí pensei: não saberia escrever em prosa e verso, já que me foi dado apenas o dom da oratória, alcançado com anos e anos de magistério, e o da escrita formal, conseguido à custa de muitos Laudos, Relatórios e afins. Mas resolvi escrever assim mesmo, sem rimas, sobre as emoções vividas nesse dia (e foram muitas).

Prá começar, gostaria de falar de Sampa (na maior intimidade, como se paulistana fosse), mas aí lembrei: sobre essa mega cidade, plagiando Chico, já foi tudo dito e redito por poetas, escritores e toda uma gama de gente importante; quem sou eu, uma simples turista do Norte, prá ainda ter algo a dizer sobre ela?

Mas eu sou teimosa, resolvi escrever assim mesmo, e prá começar, transmito minha surpresa com a revelação de uma Sampa até então desconhecida prá mim, que aguçou meus sentidos com suas cores, cheiros, sons e sabores. Ahhh os cheiros e sabores do Mercado Municipal: cereja, jaboticaba, queijo, bacalhau, mortadela e uma infinidade de frutas de nome absolutamente desconhecidos prá mim. Huummm!!!! Irresistíveis!!!!

E as cores? O verde de todos os matizes do Parque do Ibirapuera e Parque da Luz, a profusão de cores do jardim japonês, da Catedral da Sé, da Estação da Luz e tantos outros.

O som melódico do cântico gregoriano no Mosteiro de São Bento parece nos conectar direto com o Pai, e a moda de viola dos repentistas no Parque da Luz reúne nortista e nordestinos, chorando a saudade da terra natal.

Tudo isso já seria uma dádiva ter experimentado, não fosse o mais importante: a companhia dos amigos. Edinaldo, meu colega/amigo há vários anos, Jean, essa pessoa doce que finalmente conheci ao vivo e a cores, o casal adorável, Lu e Iran, o casal simpaticíssimo, Val e Silvio, além dos caras “do bem”, Bruno e Fernando. Todos me acolheram com carinho, como se já fizesse parte do grupo. E sob um frio de quase 14 graus, senti o coração aquecido.

Foi uma experiência tão gratificante, que decidi repetir. Não sei quando, mas eu volto! E na falta do Ita, me resta “pegar um TAM no Norte e ir prá Sampa”....

E repetir...cheiros e cores

amigos do peito
sons e sabores

E de bem com a vida,
coração aquecido,
dessa vez, adiar a partida.

Ei, não é que a rima saiu?
Ah, foi por acaso, viu?

[Gladys Vasconcelos]


"Peguei um ita no Norte
Pra vir pro Rio morar,
Adeus, meu pai, minha mãe
Adeus, Belém do Pará

Mamãe me deu uns conselhos
Na hora de eu embarcar
Meu filho, ande direito
Que é pra Deus lhe ajudar

Peguei uns troços que eu tinha
O resto dei pra guardar
Talvez eu volte pro ano
Talvez eu fique por lá

laiá, laiá, adeus Belém do Pará

Tou há bem tempo no Rio
Nunca mais voltei por lá
De um mês inteiro a dez anos
Adeus Belém do Pará"

[Dorival Caymmi - Peguei um ita no Norte]


16 de julho de 2009

As fortunas invisíveis


Você pode ser milionário e nem sabe disso. Leia a matéria a seguir, publicada no jornal Metro, edição do dia 15/07/2009:


5 de julho de 2009

O excêntrico, complexo e fabuloso Michael


Antes do "showneral", publico este artigo que fiz à prestação.
Não foi porque quis evitar congestionamento deste blog que deixei para escrever este post tardiamente, pois é sabido que Michael Jackson morreu e quase levou consigo a Internet. Quer dizer, não chegou a tanto, mas é fato que alguns serviços da Internet deixaram de funcionar ou apresentaram lentidão por conta de tantas solicitações dos usuários.

Há alguns dias, bem antes da notícia da morte do rei do pop, eu acompanhava o meu cunhado, que estava se preparando para sofrer uma operação cirúrgica, no Beneficência Portuguesa. Como prova de que tudo é um ciclo, momentos antes de receber a notícia de que a cirurgia de revascularização miocárdica do meu cunhado fora um sucesso, ouvia na TV notícias sobre a parada cardíaca do Michael.


Sinceramente não poderia deixar de escrever algo para lembrar a partida de uma grande estrela. Há quem diga que era melhor dançarino que cantor; outros afirmam que cantava mais que dançava e há quem diga que desempenhava bem as duas habilidades. Critérios à parte, o fato é que, se compararmos a outros grandes nomes como Frank Sinatra, Elvis Presley e o beatle John Lennon, Michael Jackson compunha, cantava e dançava bem. Isso o coloca em outro patamar. Não podemos deixar de reconhecer sua influência e tamanha contribuição, não apenas na música e dança, mas também na moda e produção de videoclipes. Neste último, segundo autoridades no assunto, o mercado de clipes musicais divide-se antes e depois do Michael Jackson.


"Obrigado Michael Jackson
Fostes autêntico e capaz
As aflições desta vida
Não te pertencem mais
Estarás para sempre vivo
Na mente de nós, mortais"

[Hellaydo Jean]

Falando sobre contato e impressões com a arte do Michael, lembro-me perfeitamente, quando em 1991, assisti ao lançamento do single Black or White, quando estava em visita a Altamira, PA, na casa dos meus primos. Todos estavam atentos ao noticiário de variedades "Jantástico", que passou o esperado clipe musical ao final do programa. Já em terras mineiras (Guaxupé), tive a oportunidade de fazer parte do grupo que fez a coreografia de Thriller, por ocasião da noite cultural do Halloween da faculdade. Uma pena que não fizeram registros videográficos deste evento; se fizeram, não tenho conhecimento, senão publicaria no YouTube. Juro que assim o faria! (risos). Nessa experiência, tive a chance de sentir a energia e criatividade empregadas na dança e música do Michael Jackson.



De todas as fases pelas quais passamos, lembramos, depois de um determinado tempo, somente dos bons momentos vividos e compartilhados. Dos maus momentos, das dificuldades, até lembramos mas isso não resgata sentimentos saudosistas. Acredito que seja assim que ocorre quando alguém deixa de viver. Creio que seja assim que irá acontecer com o entitulado "rei do pop". Suas manias e esquisitices irão apenas reforçar a figura de um mito, de um herói. Herói talvez pelo simples fato de ser polêmico, de ser autêntico.

Vimos que sua imagem como monstro pedófilo foi até mesmo desfeita, pois agora divulgam que algumas acusações foram infundadas e de interessses financeiros. Enfim, a própria morte devolveu ao Michael, sua condição de humano, exageradamente humano.



(...)
"Michael Jackson lá no céu
Chegou bastante apressado,
Dizendo para São Pedro:
- Estou demais atrasado
Eu quero até me esconder
Porque não pude fazer
O que tinha programado!

Tinha uma agenda de shows

Com lotação esgotada,
Para pagar uma dívida
Há muito tempo atrasada,
Mas eu confesso, não sei,
Porque logo me livrei
Daquela vida agitada!"

(...)

[João Gomes de Sá e Klévisson Viana in A Chegada de Michael Jackson no portão celestial]


"Bem sei que quem te matou
Não foi mesmo a tal morfina
Muito menos os analgésicos
Mistérios que não se ensina
Foi por causa do stress
Dos shows em terra londrina"

[Hellaydo Jean]


"Negro da luz que desbota branco

Tanto talento tormento tanto
Tanta afronta de pouca monta.

Eia! virtudes em farta ceia
Todo encanto que pode o canto
Toda fiança que adoça a dança.

Que deus nos furta vida tão curta?
Mundo lamenta: ele mal cinquenta!
A ninguém ilude essa bruxa rude.
Paroxismo desse Narciso
Que achou desgosto no próprio rosto
E apedrejou-se com faca e foice."
(...)

[Tom Zé em Amado Michael]

Capa do álbum que traz o single "They Don't Care About Us", de 1996, produzido por Spike Lee no Brasil, filmado no Rio de Janeiro e em Salvador.


Links selecionados:

A Caravana do Cordel atravessou meu coração


"Corra não pare, não pense demais
Repare essas velas no cais
Que a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol
Degelou teus olhos tão sós
Num mar de água clara"

[Geraldo Azevedo in "Caravana"]


Fiquei muito feliz por participar do evento de ontem à noite, na Augusta, 1.239. Fiquei infeliz pelos que não puderam ir.

Talvez nunca havia andado pela Augusta à pé... é que a achei um pouco escura, principalmente no lado ímpar. Mas pensei que poderia ser o Kassab sendo ecologicamente correto ou querendo poupar o dinheiro público. Mas apesar de sinistro, acho que o excesso de sombras colabora para tornar enigmática a rua Augusta... e por falar nela, a seguir uma homenagem às três mulheres mais famosas de Sampa: Augusta, Angélica e Consolação, com suas próprias características e sentidos.

Ah! Antes disso, gostaria de divulgar os versos que criei para minha apresentação para novos amigos do meio cordelista. Para poupar maiores explicações da minha personalidade eclética, criei algo assim:


"Não sou poeta cantador
Muito menos repentista
Sou apenas divulgador
Da cultura cordelista"



Augusta, Angélica e Consolação

[Tom Zé]

Augusta, graças a deus,
Graças a deus,
Entre você e a angélica
Eu encontrei a consolação
Que veio olhar por mim
E me deu a mão.
Augusta, que saudade,
Você era vaidosa,
Que saudade,
E gastava o meu dinheiro,
Que saudade,
Com roupas importadas
E outras bobagens.
Angélica, que maldade,
Você sempre me deu bolo,
Que maldade,
E até andava com a roupa,
Que maldade,
Cheirando a consultório médico,
Angélica.
Augusta, graças a deus,
Entre você e a angélica
Eu encontrei a consolação
Que veio olhar por mim
E me deu a mão.
Quando eu vi
Que o largo dos aflitos
Não era bastante largo
Pra caber minha aflição,
Eu fui morar na estação da luz,
Porque estava tudo escuro
Dentro do meu coração.


[Fonte: Terra Letras]


Que a paz e o amor estejam no coração de quem termina de ler esta postagem.


Até breve!



Hellaydo Jean
Follow me: @hellaydo

3 de julho de 2009

Simplesmente revoltante


RIDÍCULO! ABSURDO! UMA VERGONHA!

Não é porque o Brasil foi "inaugurado" como colônia de exploração que necessita ser explorado até os dias atuais.

A população, as instituições corporativas e não governamentais dão bom exemplo e fazem sua parte, enquanto as instituições governamentais afloram um novo escândalo a cada semana. Enternamente patinam.

Se você não está envolvido em algum "ato secreto", leia a matéria a seguir e revolte-se: