17 de junho de 2009

Vivíssima Língua


Hellaydo Jean disse:

Vernacularmente incrível este novo post, prezado Luciano. Parabéns!

Como pode, hein…? A alguns é dada tamanha capacidade de se expressar pelas palavras e a outros não? Peraí… eu falei “é dada?” Ou seria “é conquistada”?

Como quem anda ou sorri, eu distribuo um poema do Paulo Leminski, coerente com nossa bela língua (também culta; e inculta):

O assassino era o escriba

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.”

Saiba sobre qual post eu comentei em Língua Viva.
Origem da imagem utilizada: http://kmn.zip.net/index.html

2 comentários:

Lady Sniper disse...

o.O vou dar "RT" no poema acima!!! ; )

Sanctus disse...

Tks so much, sweetheart!