5 de julho de 2009

O excêntrico, complexo e fabuloso Michael


Antes do "showneral", publico este artigo que fiz à prestação.
Não foi porque quis evitar congestionamento deste blog que deixei para escrever este post tardiamente, pois é sabido que Michael Jackson morreu e quase levou consigo a Internet. Quer dizer, não chegou a tanto, mas é fato que alguns serviços da Internet deixaram de funcionar ou apresentaram lentidão por conta de tantas solicitações dos usuários.

Há alguns dias, bem antes da notícia da morte do rei do pop, eu acompanhava o meu cunhado, que estava se preparando para sofrer uma operação cirúrgica, no Beneficência Portuguesa. Como prova de que tudo é um ciclo, momentos antes de receber a notícia de que a cirurgia de revascularização miocárdica do meu cunhado fora um sucesso, ouvia na TV notícias sobre a parada cardíaca do Michael.


Sinceramente não poderia deixar de escrever algo para lembrar a partida de uma grande estrela. Há quem diga que era melhor dançarino que cantor; outros afirmam que cantava mais que dançava e há quem diga que desempenhava bem as duas habilidades. Critérios à parte, o fato é que, se compararmos a outros grandes nomes como Frank Sinatra, Elvis Presley e o beatle John Lennon, Michael Jackson compunha, cantava e dançava bem. Isso o coloca em outro patamar. Não podemos deixar de reconhecer sua influência e tamanha contribuição, não apenas na música e dança, mas também na moda e produção de videoclipes. Neste último, segundo autoridades no assunto, o mercado de clipes musicais divide-se antes e depois do Michael Jackson.


"Obrigado Michael Jackson
Fostes autêntico e capaz
As aflições desta vida
Não te pertencem mais
Estarás para sempre vivo
Na mente de nós, mortais"

[Hellaydo Jean]

Falando sobre contato e impressões com a arte do Michael, lembro-me perfeitamente, quando em 1991, assisti ao lançamento do single Black or White, quando estava em visita a Altamira, PA, na casa dos meus primos. Todos estavam atentos ao noticiário de variedades "Jantástico", que passou o esperado clipe musical ao final do programa. Já em terras mineiras (Guaxupé), tive a oportunidade de fazer parte do grupo que fez a coreografia de Thriller, por ocasião da noite cultural do Halloween da faculdade. Uma pena que não fizeram registros videográficos deste evento; se fizeram, não tenho conhecimento, senão publicaria no YouTube. Juro que assim o faria! (risos). Nessa experiência, tive a chance de sentir a energia e criatividade empregadas na dança e música do Michael Jackson.



De todas as fases pelas quais passamos, lembramos, depois de um determinado tempo, somente dos bons momentos vividos e compartilhados. Dos maus momentos, das dificuldades, até lembramos mas isso não resgata sentimentos saudosistas. Acredito que seja assim que ocorre quando alguém deixa de viver. Creio que seja assim que irá acontecer com o entitulado "rei do pop". Suas manias e esquisitices irão apenas reforçar a figura de um mito, de um herói. Herói talvez pelo simples fato de ser polêmico, de ser autêntico.

Vimos que sua imagem como monstro pedófilo foi até mesmo desfeita, pois agora divulgam que algumas acusações foram infundadas e de interessses financeiros. Enfim, a própria morte devolveu ao Michael, sua condição de humano, exageradamente humano.



(...)
"Michael Jackson lá no céu
Chegou bastante apressado,
Dizendo para São Pedro:
- Estou demais atrasado
Eu quero até me esconder
Porque não pude fazer
O que tinha programado!

Tinha uma agenda de shows

Com lotação esgotada,
Para pagar uma dívida
Há muito tempo atrasada,
Mas eu confesso, não sei,
Porque logo me livrei
Daquela vida agitada!"

(...)

[João Gomes de Sá e Klévisson Viana in A Chegada de Michael Jackson no portão celestial]


"Bem sei que quem te matou
Não foi mesmo a tal morfina
Muito menos os analgésicos
Mistérios que não se ensina
Foi por causa do stress
Dos shows em terra londrina"

[Hellaydo Jean]


"Negro da luz que desbota branco

Tanto talento tormento tanto
Tanta afronta de pouca monta.

Eia! virtudes em farta ceia
Todo encanto que pode o canto
Toda fiança que adoça a dança.

Que deus nos furta vida tão curta?
Mundo lamenta: ele mal cinquenta!
A ninguém ilude essa bruxa rude.
Paroxismo desse Narciso
Que achou desgosto no próprio rosto
E apedrejou-se com faca e foice."
(...)

[Tom Zé em Amado Michael]

Capa do álbum que traz o single "They Don't Care About Us", de 1996, produzido por Spike Lee no Brasil, filmado no Rio de Janeiro e em Salvador.


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2 comentários:

LadySniper disse...

Não.. não está tão atrasado assim!!! é realmente lastimavel que ele tenha ido tão cedo... mas muitos vieram a conhecer mais sobre ele agora... suas músicas, suas histórias.. pq antes sempre q falava MJ as pessoas só lembravam de pedofilia e moonwalk! = \ Para ele ao menos foi bom ter ido após anunciar os shows.. saber q ainda era querido (idolatrado, na verdade)... para nós fica a saudade, mas como diz uma das minhas músicas favoritas: "There is no pain for the dead" (just for the ones that stay!)

Sanctus disse...

Isso mesmo, LadySniper.
Infelizmente todos nós estamos fadados a isto, sejamos famosos ou não. É como se um sentimento de compaixão nascesse após a morte, anulando todas as mágoas, dando lugar apenas ao perdão.
Um ótimo exercício é começar a fazer homenagens e gentilezas ainda em vida, não é mesmo?
Se você acha que mereço alguma, aceito você pagar alguma combinação do restaurante Subway para mim! (risos)
Beijos!